Aleitamento materno
O aleitamento materno é uma prática que faz bem à mãe e ao bebê, pois não só auxilia no fortalecimento do vínculo, como também oferece o suprimento nutricional e imunológico necessários. Mamar no peito é um exercício que fortalece a musculatura orofacial do bebê preparando-o para o seu futuro desenvolvimento.
No entanto, as dificuldades de sucção podem ocorrer por diversas razões: diminuição da força para sugar, incoordenação entre sugar, respirar e deglutir, postura inadequada durante a amamentação, dentre outros.
Quando esses sinais permanecem e o bebê está continuamente com dificuldades durante a amamentação, é imprescindível a avaliação do pediatra e do fonoaudiólogo para se averiguar a razão do problema e tomar as condutas necessárias. Muitas vezes, orientações podem ser muito úteis e bem vindas, pois sabemos que este momento é um processo de aprendizado e ajustes entre mãe/bebê.
Uso de mamadeiras
Quando o aleitamento natural não é possível, existem bicos ortodônticos de mamadeira que desempenham um papel semelhante ao seio materno, estimulando o bebê numa sucção eficiente e vigorosa.
O uso de bicos comuns apresentam uma desvantagem em relação aos ortodônticos pois não estimulam a correta posição de lábios e língua durante a sucção, podendo acarretar alterações futuras durante o uso prolongado.
Mastigação
Tão logo o bebê inicia a alimentação de consistência macia, é fundamental conversar com o médico para saber como as papinhas devem ser introduzidas. Para o bom crescimento e desenvolvimento da face e das funções orais, as papinhas primeiramente devem ser passadas na peneira, depois amassadas com o garfo e não liquidificadas. Essas atitudes simples estimulam as estruturas como lábios, língua e bochechas, preparando a boca para as consistências mais sólidas. Com o nascimento dos primeiros dentes e a introdução dos alimentos sólidos, haverá um bom estímulo para o desenvolvimento da mastigação, preparando também estas estruturas para a aquisição dos sons da fala.
Seletividade Alimentar
As dificuldades alimentares na infância são extremamente comuns, possuem diferentes formas de manifestações e representam uma das principais preocupações enfrentadas pelos pais ou responsáveis, podendo se manifestar nos primeiros meses de vida e persistir durante muitos
anos.
O ato da alimentação não se restringe apenas na nutrição da criança, está relacionada a aspectos afetivos, à memória, à aprendizagem, ao prazer e é um evento social. Entender a complexidade do processo de alimentação e da recusa ou dificuldades alimentares, exige um trabalho de aprofundamento e atualização contínuos.
A seletividade alimentar ou os transtornos alimentares restritivos evitativos (TARE), são complexos e com diferentes etiologias, que necessitam de uma abordagem multiprofissional, com participação do fonoaudiólogo.
O fonoaudiólogo pode avaliar a criança e propor terapia voltada para adequação da motricidade orofacial e função da deglutição que propiciam a estimulação e os movimentos da mandíbula, língua e lábios, melhorando as habilidades motoras orais, com objetivo de equilibrar e preparar essas estruturas para que a criança possa se alimentar de forma segura e eficiente.
Para atender bem os pacientes que apresentam recusa alimentar é fundamental reconhecer as dificuldades, as habilidades motoras orais necessárias para um bom desenvolvimento do processo alimentar e compreender a relação que a criança estabelece com o ato da alimentação.
Desde o nascimento é importante que as etapas do desenvolvimento alimentar aconteçam com qualidade e afetividade, e merecem todo cuidado e atenção.
O ideal é procurar ajuda quando seu filho :
- só aceita consumir poucos tipos de alimentos;
- não tem apetite, não come alimentos sólidos ou não aceita experimentar novos sabores;
- demonstra reações aversivas, como ânsia, náusea e muito choro ao se deparar com algum alimento que rejeita;
Um tratamento adequado e especializado pode oferecer condições favoráveis para que a alimentação ocorra de forma prazerosa e saudável.
